A IMPORTÂNCIA DA CORDA NOS JOGOS TEATRAIS

Começamos por uma simples e singela corda. Sim uma corda um objeto inanimado, sem função nenhuma, até que as usemos para determinadas tarefas do cotidiano: Amarrar, segurar, prender, etc... E também nos jogos para o desenvolvimento de interpretação do aluno que faz teatro.
 Dentro dos grupos infantis acredito que a corda, a bolinha são materiais fundamentais para o bom desenvolvimento de uma aula tanto com jogos populares, como com jogos teatrais. Ambos se completam e tem uma função: utilizar da criatividade da criança/jovem/adulto dentro do teatro. 
Uma corda se transforma em partituras para condução de uma dança, de uma ação ou mesmo o aquecimento antes dos jogos propostos pelo professor. 
Podemos começar com o pular corda, aquele jogo que todos nós conhecemos e uma grande parte da população já brincou... Do 0 ao 10, individual, duplas, trios, grupos... O cabo de guerra, em uma disputa saudável onde o corpo inteiro se compromete em estar querendo provar ser o mais forte, focando principalmente na movimentação, de como seu corpo reage diante "do brincar". O ator eterno pesquisador da alma do ser humano, torna-se nesse momento o observador e o pesquisador do seu corpo e do corpo de seus companheiros. 
Até ai a diversão é garantida, atenção é total e a competição não foge dos ideais do jogo. 
Então, vamos teatralizar a brincadeira? E se a corda sumisse de cena? Se não tivéssemos as cordas? 
Partimos então para mais uma "preocupação": O imaginar, como fazer? Como ser? Como jogar tendo o objeto em nossas mãos, sem tê-lo? Seria possível? Perderíamos o foco? 
Muito pelo contrário, seria mais importante do que ter o objeto em mãos. Pois agora o ator usa da sua percepção, sua memória, sua vivência, suas sensações de quando estava com a corda em suas mãos. 
Seu corpo, sua concentração, seu foco, seu objeto de estudo agora torna-se prático. Toda a teoria se dissipa para dar lugar ao real-imaginário. 

O professor deve sempre estimular, não a competição, mas sim o foco, atenção, o corpo que fala, que grita nessa batalha inocente e infantil. Como seus olhos, seu corpo reage, quais são os sentimentos, sensações, cumplicidade com os outros, voz, trabalho coletivo? Foco, foco e foco. 
Utilizar também como forma de montar uma partitura no chão, onde os alunos deverão seguir cada estrutura construída, fazendo com que do chão a corda se transforme em seu corpo, fazendo o mesmo percurso que a corda toma, sem receios, sem anseios, utilizando o simples ato de olhar, assimilar e ir a ação. A diversão estará mais que garantida.  

Artigo assinado por: BENEMARI SULIVAM
Ator, Diretor, Professor e Gestor Cultural. Responsável pelas aula de teatro dentro da CIA TEATRAL 4 CANTOS da cidade de Quadra.

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