OS FESTIVAIS ESTUDANTIS by Benemari Sulivam


O que significa para minha pessoa, vivência, história e carreira no teatro a existência do FESTIVAL ESTUDANTIL? 
A base de tudo, talvez ou mesmo a forma de criarmos dentro de nós, outros e outrens a vontade de fazer, estar, comungar e participar do teatro. 
  Diferente dos festivais amadores, profissionais, o festival estudantil vem com objetivo de estar focando não somente no trabalho pronto, apresentado nos palcos... É muito mais, vai muito além. É a pesquisa, é prática, o envolvimento da sociedade, escolas, professores, publico para um bem comum: SE FAZER TEATRO. 
É as dificuldades, é o estudo, é o trabalho enfrentando preconceitos (ou pré-conceitos), criando regras, não tratando teatro como mera diversão ou passatempo. 
Criando nas crianças o compromisso, o comprometimento, a dedicação, a entrega, o sacríficio de muitas vezes se deixar alguma viagem ou momento família, para estar lá... Naquele tablado, sem esperar nada, apenas a entrega e o prazer de subir no palco e mostrar e acreditar naquela verdade. 
A utilização de jogos é a peça fundamental para atrair, fazer, acontecer e quando a criança (jovem ou adulto) perceber esta fazendo teatro (Viva Viola Spolin).


 Criando, recriando, inventando, imaginando aquela história que até então estava apenas escrito em folhas. 
Em uma época onde se vangloria o diferente, o fazer teatro para alimentar ou inflar seu próprio ego, inflando seu peito para dizer; - EU FAÇO DIFERENTE, SOU DIFERENTE (Triste ilusão), a tecnologia, o imediatismo dos espetáculos musicais vindos de terras estrangeiras. O festival, o teatro estudantil nada contra a corrente. Pois é estudo, é jogo, é dança, é brincar, é modificar muitas vezes a vivencia daquele ser humano que decidiu fazer teatro na escola, dentre tantas opções, optou por estar ali, fazendo teatro. 
O meu temor é que um dia tudo isso se acabe, os grupos estudantis, os festivais estudantis, o estudantil. Ás vezes por desejar-se, querer-se profissionalizar (Sei que isso é e deve ser necessário, porém não podemos esquecer de onde e como viemos), ou não haver mais interesse dos orgãos publicos, escolas em exercer essa prática tão linda.
 Ou mesmo aqueles jurados que muitas vezes insistem em ferir, acabar com um trabalho, traumatizando vidas (Sim, parece exagero, mas devemos saber como falar, como lidar com seres humanos, pois um dia somos Vidraceiro, no outro Vidraça), mostrando muitas vezes o despreparo em ANALISAR, TROCAR, OPINAR (Que é o verdadeiro trabalho desses jurados), saber que o trabalho ali pronto vem de uma longa e constante pesquisa, estudo, modificação humana, rompimento de timidez, de uma vida muitas vezes não tão feliz. Como pedagogo afirmo que no teatro somos CONSTRUTORES DE ALMA. E quem somos nós para julgar o trabalho do outro, apontar defeitos, dizer tira isso, bota isso. É olhar daquele grupo para aquele trabalho onde se passaram meses ensaiando para aquela apresentação. 
E mais, o prêmio é necessário, sim claro. Não vamos ser demagogos, é importante, é essencial para o reconhecimento e o crescimento de um trabalho (Senão não nos inscreveríamos), assim como um uma sugestão, uma opinião é sim. Importante é. Mais o que podemos ressaltar é a troca, amizade entre os grupos que deve ocorrer, a alegria, a união, é fazer intercâmbio de um grupo com outro, é trocar figurinhas, enfim, é se pensar no teatro hoje e no amanhã. Principalmente o teatro estudantil. Não existem fórmulas, existem meios, técnicas, entrega, trabalho, trabalho, trabalho, suor. Humildade sempre. E amor ao que se faz. 
Viva ao teatro estudantil e que propaguemos isso mais e mais. 

Gostaria de dedicar esse artigo bobo, mais de coração latente de expectativas e anseios aos meus queridos amigos que me fizeram reconhecer e conhecer uma amizade entre grupos: Ao mestre Junior Mosko, Marli Bonome, Jane, Ariane, Renato Junior, Pablo, Glaucy, Dalila Ribeiro e claro mais que nunca aos meus amados e queridos alunos da CIA TEATRAL 4 CANTOS. 

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